As boas prestações da canoagem lusitana nas provas internacionais (quer em regatas em linha, quer em slalom) de 2007 levam o presidente da Federação a acreditar que Portugal pode apurar cinco barcos para os Jogos Olímpicos de Pequim.
A qualificação olímpica é o grande objectivo federativo para esta temporada. Falhada o apuramento directo em 2007, o pensamento geral é que Portugal tem cinco tripulações com capacidade para marcarem presença em Pequim 2008, tanto na pista como no slalom. “A qualificação foi uma situação que ficou adiada para esta temporada. É o grande objectivo a nível da alta-competição”, assume, a O NORTE DESPORTIVO, o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC).
Segundo Mário Miguel Santos, é com “algum realismo” que se fala na possibilidade de vários canoístas nacionais se apurarem, “uma vez que já tivemos barcos que demonstraram estar muito perto” dessa qualificação: “O k2 foi o primeiro europeu a ficar de fora e o k4 feminino foi o segundo [em pista]. No slalom, José Carvalho também foi o primeiro europeu e o Ivan Silva foi segundo ou terceiro”.
A grande aposta é, contudo, Emanuel Silva. “Teve um percalço em 2007, mas é claramente um barco que se vai apurar. Temos grande confiança nisso. Teve um ano menos bom, mas agora vai conseguir”, argumenta o líder federativo, que também demonstra confiança no k2 de Leonel Correia e Pedro Santos e no k2 feminino de Teresa Portela, Beatriz Gomes, Joana Sousa e Helena Rodrigues.
Mesmo sublinhando a prioridade na aposta em quem já trouxe resultados, Miguel Santos avisa que não há lugares cativos na Selecção de regatas em linha: “Estamos a preparar outros barcos que poderão ir à luta, assim como a equipa Sub-23, com a qual contamos para os Jogos de 2012. Não pomos de parte a possibilidade de participarem já em 2008. As possibilidades são muito limitadas, mas vai depender do valor que demonstrarem durante a época”.
Para além do apuramento olímpica – uma luta que também passa por José Carvalho e Ivan Silva no slalom, realça o dirigente –, a FPC vai dedicar 2008 à preparação das equipas Sub-23, júnior e de cadetes, “para que se consiga uma detecção de talentos”, ao invés “de os perder sucessivamente”. O líder federativo realça ainda a vontade de “trabalhar outras vertentes com mais afinco”, contando ainda que “a canoagem venha a ter mais reconhecimento a nível de apoio”.
“A actividade da FPC, a qualidade das provas, a organização crescente nos clubes, tudo justifica que haja esse reconhecimento. Queremos organizar mais e melhores competições, em conjunto com os clubes e com melhores condições para os atletas, pois foram esses os factores que levaram ao desenvolvimento da modalidade nos últimos anos. Começámos a ter uma grande participação de atletas em estágios, vamos ter a Taça do Mundo [de maratona] em Crestuma, contamos ter uma Taça do Mundo de kayak-mar e queremos criar uma prova internacional de pista com a presença de várias selecções”, reforça.
Miguel Santos adianta ainda a intenção de “implementar um modelo diferente de provas”, sobretudo na variante de águas bravas: “Estamos em contactos com algumas câmaras municipais para organizar descidas de rio num figurino diferente. A intenção é criar, em conjunto com os clubes locais, uma competição com duas vertentes, uma de nível competitivo mais alto e outra de turismo, de lazer”.
in nortedesportivo
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